24/04/2014

Sobre morte e vida...


O que é pior? Ver pessoas que amamos morrerem, serem sepultados e não termos mais certeza se vamos vê-las; ou, vermos essas mesmas pessoas fazendo suas vidas, felizes e ter a certeza que nunca mais faremos parte da vida elas novamente?
É pior? Ficarmos revirando nossas lembranças, sentimentos passados, chorar de nostalgia; ou viver uma vida nova sem passado, sem lembranças boas, sem velhos amigos?
Sinceramente, eu não tenho a resposta para nenhuma dessas perguntas! Em momentos de dor, solidão, preferi um ou outro, mas mudei de ideia sempre. Talvez, a vida seja isso mesmo, mudar de ideia a cada segundo, fazer escolhas e escolhas e conviver com as renúncias que estas implicam.
Se você pudesse viver sua vida novamente, que escolhas mudaria? Quais mudanças faria? O que seria diferente? Suas atitudes, seus ideais, lutas seriam em prol o mesmo objetivo final? Ou você mudaria por completo e seguiria o oposto de tudo que decidiu e guiou até aqui?
Se a morte batesse a sua porta hoje, você diria:
  • “tenho medo de morrer”-> não sabe o que te espera, tem pavor do outro ‘mundo’ que a morte traz consigo, ou o além é pior que aqui;
  • “tenho pena de morrer”-> o mundo é bom, está aqui é um presente que não quer que acabe, ou acha um desperdício à morte;
  • “não estou pronto para morrer”-> não cumpriu a missão ainda, precisa de mais tempo, necessita terminar algo que começou;
  • “estou pronto, pode me levar”-> chegou a hora, fez tudo que pode e nada o prende aqui.

Não sei qual seria minha resposta, você sabe a sua? Não vivo minha vida em função da morte, e você?
Paulo dizia: “morrer pra mim é Cristo, viver pra mim é ganho”, hoje quantas pessoas diriam o mesmo? Quantas pessoas olham a cruz e pensam como Cristo, morrer hoje por todos para ressuscitar amanhã na glória de Deus? A fé cristã nos ensina que o Céu é o nosso lugar, viemos de lá e vamos para lá, mas nossa fé realmente acredita nisso ou só repetimos isso automaticamente?
É difícil falar sobre a morte porque não a conhecemos, no entanto, parece pior falar sobre a vida, pois mesmo estando vivos não sabemos nada sobre ela, ou, pelo menos, é o que parece. Talvez, por isso, existam tantos livros de autoajuda, porque viver, que deveria ser algo tão simples e prazeroso, tem se tornado algo complexo, complicado; esse tipo de literatura parece ensinar um jeito único de viver, um copiando o outro, parecem dizer: “vivam assim!”. Não sei se é esse o caminho, mas se são os mais vendidos é porque as pessoas perderam o sentido de viver e buscam desesperadamente um motivo para sua existência e aí é inevitável a pergunta: o que está acontecendo? Por que não vivemos mais uma vida baseada no amor, na fraternidade, na união? Por que nos falta tanta esperança? Por que vivemos tanto em função do passado ou imaginando o futuro e deixamos de viver o presente que é o que realmente importa e há de concreto?
Acredito que tudo tem um sentido e a resposta para algumas perguntas possa ser: “os homens vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido”.


(Maria José)

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