20/02/2015

Crepúsculo (o lindo pôr-do-sol que vivemos)


Você veio me buscar às 15h, me deu um beijo na testa e me abraçou. Eu levava comigo o cartão que eu tinha feito, confesso que senti medo de te entregar, havia prometido a mim mesma que jamais voltaria a fazer um cartão novamente, já que último que fiz foi bem traumático.

No entanto, coloquei próximo do para-brisa. Você viu e o pegou, parou o carro, abriu e o leu devagar. Você sorriu e me abraçou. Olhou em meus olhos e me beijou. Depois agradeceu e falou que me amava.

Quando chegamos a sua casa, tomamos um suco de laranja e você pegou a bicicleta, falou que era assim que iríamos ao sítio. Tudo bem que era perto, mas a ideia foi inusitada demais para meu gosto. Me deu a cesta e subimos na bike.

No mesmo terreno de dias atrás e com a coluna doendo por causa dos pulos na bicicleta na estrada de terra, você riu das minhas palavras de inconformismo e reclamações. Você estendeu a toalha no chão, colocou a comida em cima e conversamos muito.

O convite para assistir ao pôr-do-sol me causou impacto, me imaginei no meio do nada, tostando feito camarão, no entanto, Ju, você provou  que seria “legal” palavra que usou para me convencer.

Na verdade, suas ideias são sempre boas e acho que somos pessoas ensolaradas: gostamos do nascer ao pôr-do-sol, de cantar e dançar enquanto o sol nos aplaude, sem julgamentos e sem risadas desnecessárias.

O espetáculo maior, é claro, fica por conta do sol, que morre aqui para nascer em outro lugar, me fazendo pensar em como é parecido com nossa própria vida, vivemos aqui, às vezes sem sermos notados, sendo alvo de revolta por parte de alguns, aí de repente, morremos, mas acabamos por nascer em outro mundo, porque acredito sim que há um céu esperando por nós.

Depois do pôr-do-sol, fomos a sua casa de bicicleta (dessa vez, foi divertido), nos beijamos e você foi me deixar em casa, antes que eu descesse do carro, você me agradeceu novamente pelo cartão.

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